E se...

Ela se encontrava com o telefone na mão, discava todos os dias a mesma hora, para o mesmo número esperando por um : - Alô? e assim que o encontrava, desligava desesperadamente com o coração a pulsar em milhões de batimentos que nem mesmo um médico conseguiria contar. Sua alegria era como a de uma criança, embalando a sua primeira boneca. Se jogava no sofá e se perdia em sentimentos, pensava no : e se. E se ela falasse quem o atormentava todas as noites sem ao menos dizer seu nome, sem ao menos dar satisfações por tantos telefonemas ao anoitecer.E se a hora que ele descobrisse quem era ele gostaria da atenção que ela lhe dava. E se ele alguma vez ele atendesse e dissesse : - Eu sei quem é você! E se alguma vez ele descobrisse o seu número e ligasse perguntando se era da casa da Maria para saber realmente quem era a dona dos telefonemas que ele recebia todas as noites? E se... Passou por sua cabeça centenas de desculpas que ela poderia arranjar para não dizer nada, apenas ouvir. Cansada dos pensamentos confusos que se passavam por sua cabeça, resolveu dormir e descançar a sua mente de tanta confusão. Ás 6:30hrs acordou em um pulo, vestiu seu uniforme e foi para sua escola com muita rapidez, pois estava atrasada. Chegando lá seu melhor amigo, há avistou e correu a seu encontro dizendo:

               - Oi ana, preciso te contar uma coisa!

Ela tremendo respondeu sem demora:

               - Conta logo Pedro, você está me assustando. O que foi ?

               - Recebi mais uma vez aquela ligação, que eu recebo todas as noites mas não obtive resposta como sempre.

Ambos abaixaram a cabeça e seguiram o seu caminho, rumo a sua sala de aula...